A gordura é essencial à saúde humana. Ela fornece energia e participa de reações químicas que dão origem aos hormônios. Entretanto, em excesso e dependendo de sua localização, ela pode ser perigosa. A gordura visceral ou abdominal, que se acumula no abdome e envolve vísceras como pâncreas, intestinos e fígado, é a mais danosa ao corpo humano - e o famoso "pneuzinho" é apenas o início do problema. "Esse tipo de gordura é menos suscetível à proliferação e diferenciação do que a gordura subcutânea e a periférica", explica Durval Ribas Filho, médico nutrólogo e presidente da Associação Brasileira de Nutrologia (Abra). Segundo ele, o acúmulo deste tipo de adiposidade é caracterizado pela interação entre a parte genética e o meio ambiente. "Algumas pessoas, principalmente os homens, possuem uma expressão genética mais desenvolvida para o acúmulo da gordura visceral, devido à maior presença de receptores e à menor capacidade de estocagem de ácidos graxos livres, não estereficados", esclarece o médico nutrólogo. Como conseqüência, esses ácidos são liberados em maior quantidade para a circulação, o que favorece a resistência insulínica. Complicações Essa resistência biológica do hormônio insulina quanto à sua ação metabólica pode desencadear doenças como dislipidemia, hipertensão arterial sistêmica, diabetes tipo 2, hepatite não alcoólica, estresse oxidativo, estado pró-trombótico e aterosclerose. "A gordura abdominal promove um desequilíbrio entre as adipocinas pró-inflamatórias e antiinflamatórias, levando à disfunção endotelial, evento inicial e essencial na patogênese da aterosclerose", alerta presidente da Abram. Diversos estudos científicos demonstram que existe uma relação entre o excesso de tecido adiposo, principalmente adiposidade visceral, e o desenvolvimento de diferentes tipos de câncer, incluindo a adiposidade abdominal. Portanto, vários tipos de neoplasias podem ser desencadeadas pela obesidade. Prevenção Durval Ribas Filho lembra que cada organismo reage de maneira diferente a esse acúmulo de gordura abdominal. Há pessoas que vivem décadas sem problemas, enquanto outras podem ter infarto ou derrame. Portanto, para cada portador de adiposidade abdominal, é prescrita uma dieta específica. Mas não há dúvidas científicas a respeito dos efeitos deletérios da adiposidade visceral para o organismo humano. "Uma dieta com restrição calórica e proporcionalidade dos macronutrientes preconizada pela pirâmide alimentar quase sempre é recomendada", completa o Durval. Ele acrescenta que, por outro lado, bebidas alcoólicas e alimentos ricos em gordura saturada, açúcares refinados, alto teor de colesterol e sódio devem ser evitados pelas pessoas que têm tendência ao desenvolvimento da gordura abdominal.
sábado, 6 de dezembro de 2008
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