Estas alterações epigenéticas também podem estar presentes nos vírus como o da sida ou o da gripe, assinala o estudo.
O objectivo da investigação é esclarecer porque é que algumas pessoas portadoras de vírus oncogénicos os eliminam, outras progridem para uma infecção e outros portadores acabam por desenvolver um tumor canceroso, e ainda ver que modificações no genoma estão implicadas neste processo.
Para o estudo fez-se um mapa completo da metilação do ADN, um tipo específico de modificação química do material genético a partir de vários tipos de vírus relacionados com tumores, no que é a primeira análise completa que se faz do epigenoma de um ser vivo completo, como é um vírus.
O estado de metilação de alguns genes pode ser usado como um marcador do desenvolvimento dos tumores e para decifrar as complexas regras que determinam que tipo de genes podem ser metilados (alterados) durante a génese de um tipo de cancro, o que pode ser muito útil para se fazer um diagnóstico precoce.
Ao comparar o metiloma em portadores assintomáticos do vírus, em pacientes com uma infecção activa e em pacientes que estão a desenvolver um cancro, os investigadores viram que nos primeiros não está metilado, que ao desenvolver-se uma infecção começa a metilar, e que ao ter um tumor, o genoma do vírus está muito metilado.
Perante estes resultados, concluíram que a metilação é um mecanismo que usa o vírus para esconder-se do organismo, o que lhe permite perpetuar-se nas células.
O cientista Manel Esteller, coordenador do trabalho, assegurou que a descoberta destas alterações do vírus também é muito importante para encontrar o epigenoma humano, porque a mesma tecnologia que se utilizou com os vírus - a ultrasequenciação e a bioinformática - pode ser usada para o ser humano.
A genética é um mundo que tem muito para descobrir, é a ciência em evolução. E com ela evolui todos os seres vivos, tornando-se mais aptos, e cada vez mais desenvolvidos.
Fonte: Expresso
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