Apenas um em cada 10 portugueses considera as doenças cardiovasculares como a patologia mais grave que existe, o que significa que apenas um décimo tem consciência de que são a primeira causa de morte em Portugal.
As doenças cardiovasculares surgem, no ranking de preocupação nacional, atrás do cancro (54%), do Alzheimer (14.4%) e da Sida (14%). A esmagadora maioria dos portugueses (89%) nem sequer sabe que uma arritmia cardíaca pode ser fatal, não consegue identificar - quando existem - os sintomas (39,3%) e apenas uma ínfima minoria (2,6%) admite estar preocupada com a doença.
As conclusões, divulgadas ontem, resultam de uma sondagem pioneira à população portuguesa residente no continente, na qual foram inquiridos 771 indivíduos com mais de 18 anos. O desconhecimento dos riscos inerentes à doença, demonstrado pela investigação realizada em Dezembro do ano passado, contribui em grande escala para a mortalidade associada ao coração.
"É preocupante saber que os portugueses não têm a percepção da relação entre os problemas de ritmo cardíaco e as suas consequências fatais", afirma Daniel Bonhorst, presidente do Instituto Português de Ritmo Cardíaco (IPRC). A ignorância motivou a campanha inédita "Bate, bate coração", lançada ontem por três organizações : IPRC, Associação Portuguesa de Arritmologia, Pacing e Electrofisiologia e pela Associação Portuguesa de Portadores de Pacemakers e CDI's (APPPC).
O estudo revela ainda que apesar de a maioria das pessoas (81,6%) já ter ouvido falar de arritmias cardíacas, 39,5% são incapazes de identificar qualquer um do seus sintomas. E se é verdade que uma dor intensa no peito é a principal motivação para consultar um cardiologista (40,5%), os batimentos cardíacos estranhos surgem apenas em terceiro lugar (17%). Antes disso, surgem os problemas respiratórios (18,3%).
Estes dados demonstram, torna Daniel Bonhorst, "que o público em geral desconhece os riscos das arritmias cardíacas - a principal causa de morte súbita".
Apenas 5,4% dos portugueses relaciona a morte súbita com as arritmias. Quase metade acha que ela deriva do enfarte do miocárdio (45,5%) , do acidente vascular cerebral (23,2%) ou de uma insuficiência cardíaca (11,9%).
O que é uma arritmia?
É uma perturbação dosbatimentos cardíacos e pode ter consequências fatais. Fumar, stress, bebidas alcoólicas, vida sedentária, drogas, toma incorrecta de alguns medicamentos e excesso de cafeína podem causar arritmias. Muitas vezes, as arritmias não têm sintomas.
Quais são os sintomas?
Quando existem sintomas, os sinais de alarme são: palpitações, fadiga, vertigens, tonturas, respiração irregular, enfraquecimento, falta de ar, dor de peito e ansiedade.
Diagnóstico
O exame mais usual é o electrocardiograma (mais conhecido como: ECG). É simples e mostra com precisão a frequência dos batimentos cardíacos, a sua regularidade ou irregularidade.
Dispositivos cardíacos
Não se vêem nem se sentem. Não restringem a actividade sexual. Não impedem os portadores de viajar e, no caso das mulhers, não inviabilizam a gravidez.
Nos dias de hoje é preocupante o número de pessoas que desconhecem e desvalorizam os problemas de coração, sendo estes uma das principais causas de morte em Portugal. Espero que as pessoas comecem a dar mais importância aos problemas cardíacos porque nós precisamos do coração para viver. Por isso, a melhor forma de prevenir alguns dos problemas cardíacos é ter uma vida saudável e regrada.
Fonte: Jornal de Notícias